segunda-feira, 20 de julho de 2009

"boca no trombone"

zémail que escrevi hoje para o "boca no trombone" da bandeirantes. Talvez não tenha sido o endereçamento correto, mas enfim:

:== inicio


estou MESMO achando que a imprensa como um todo tá merecendo um "boca
no trombone" pela orquestração, no meu entender inteiramente artificial
quanto ao suposto "golpe em honduras".

notem que há uma unanimidade em toda a imprensa, blogs de jornalistas e
qualquer (ou quase) lugar onde seja possível verberar-se contra o
"golpe contra a democracia" na vizinha honduras.

o nunca desmentido Nelson Rodrigues dizia ".. a unanimidade é burra.."
e estamos nós aqui bombardeados dioturnamente pela unanimidade
jornalistica que, quase com as mesmas palavras, verbera acirradamente
contra êsse (pseudo, MINHA opinião) "golpe".

puxando aqui pela memória, volto no tempo em que, por muito menos, o
então presidente collor foi defenestrado do govêrno e cassado; a única
voz em sua defesa foi de roberto jefferson, hoje amargando a cassação
por ter sido o denunciante do "mensalão". Pelo visto, em terras
brasilis, o denunciar maracutaias resulta em castigo para o denunciante
e honras e desagravos para os denunciados, né mesmo "tio" sarney?.


bem.. voltando:

na ocasião, orquestrada pela UNE (êsse pau-mandado não se sabe de quem)
gerou-se intenso "clamor popular", apoiado/refletido/replicado NOVAMENTE
pela imprensa.

baseado nesse "clamor da sociedade" o congresso houve por bem cassar o
presidente collor e defenestra-lo da condução do país.

então, pergunto: se em honduras há um golpe anti-democrático,
considerando-se que congresso, judiciário e forças armadas estão em
acôrdo, e há a promessa de eleições livres em breve, o que foi que
tivemos aqui, então, contra o collor? As instituições da época (aqui)
eram menos democráticas? representavam menos o "anseio popular" do que
as instituições de honduras?

que me lembre, judiciario e forças armadas nem participaram desse
"complô popular".

na ocasião não se recorreu à OEA, não se trancaram todas as portas do
mundo para "terras brasilis", como agora se faz contra a minúscula
honduras.

daí, complemento com algumas perguntas:

a) a quem interessa essa unanimidade (orquestração)?

b) por que o golpe aqui é mais democrático do que lá?

c) por que um golpe aqui - um país enorme, continental, com economia
(quando deixam) vigorosa - é menos "perigoso às instituições da america
latina" do que lá, na (repetindo) minúscula honduras?

d) afinal, que nos importa MESMO honduras? Menos gente lá, economia
menor do que na favela de heliópolis. (tá, exagerei, mas enfim.. a quem
interessa?)

então, vamos ao mote dêste zémail imenso: um trombone bem soprado na
cara dessa nossa (???) imprensa que é tão democrática na unanimidade
atual quanto os jornais de Paul Joseph Goebbels que (se pudesse)
estaria rindo às escancaras por ver o quanto de suas lições nossos
jornalistas vêm empregando.
:== fim

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